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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

LENDA DAS LAGOAS AZUL E VERDE

Começamos o ano com uma lenda das Açores...

Era uma vez, há muitos anos, no lugar onde hoje fica a freguesia das Sete Cidades na Ilha de São Miguel, existia um grande reino onde vivia uma jovem e bondosa princesa de olhos azuis. A princesa adorava a vida campestre e frequentemente passeava pelos campos, deliciando-se com o murmurar das ribeiras, sentindo o cheiro das flores ou apenas apreciando a beleza dos montes e vales que rodeavam o reino.

Um dia, durante um dos seus longos passeios, a jovem princesa passou por um prado onde pastava um rebanho. Ali perto, tomando conta dos animais, estava um jovem e simpatico pastor de olhos verdes, com quem a princesa decidiu conversar. 

A princesa e o pastor falaram muito. Falaram dos animais, das flores, do tempo e de todas as coisas simples e belas que os rodeavam. Depois deste dia, os dois passaram a encontrar-se todos os dias para conversar, no mesmo lugar onde se tinham conhecido. 

Com o passar do tempo, os jovems de belo olhar foram-se apaixonando e acabaram por trocar juras de amor eterno. 

Mas a notícia dos encontros da princesa com o pastor acabaram por chegar aos ouvidos do rei, que não ficou nada satisfeito. Queria ver a sua filha casada com um príncipe dum dos reinos vizinhos e, por isso, proibiu-a de voltar a ver o pastor.

A princesa, que conhecia as suas responsabilidades, aceitou esta cruel decisão, mas pediu ao seu pai que a deixasse ir mais uma vez ao encontro do pastor para se poder despedir dele. Sensibilizado com o profundo sentimento, o rei acedeu o pedido.

A princesa e o pastor encontraram-se pela última vez nos verdes campos onde se conheceram… Mais uma vez, passaram o tempo a falar longamente, mas tristemente, sobre a sua separação. Enquanto conversavam, choravam. E choravam tanto que as lágrimas dos olhos azuis da princesa e dos olhos verdes do pastor caíram com tanta intensidade que correram pelo vale.


Por fim, os dois amados despediram-se por sempre, mas as lágrimas choradas pela sua separação tinham formado duas lagoas que ficaram para sempre juntas: a Lagoa Azul dos olhos da princesa e a Lagoa Verde dos olhos do pastor - tal como os dois enamorados, nunca se poderiam unir, mas também nunca se iriam separar. 

Nos dias de sol mais brilhantes, as cores das duas lagoas são tão intensas que quase se consegue imaginar o apaixonado olhar dos jovems.




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