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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Portugal, para comérselo!



Suponho que não é complexo conservar o sucesso mantendo sempre um ótimo e feliz resultado, particularmente quando não todo está sujeito ao esforço de si, de moto próprio, e entram em jogo criticadores, guias, clientes, e obviamente o dinheiro.
Quando reflectia à respeito do êxito, tinha no meu pensamento os grandes e afamados cozinheiros que enchem o firmamento de estrelas, e que com a sua genialidade são capazes de levar muitos ao êxtase gastronómico mais absoluto, tão na moda nos últimos tempos.
Mas, poderia acontecer que entre tantos “corpos celestes”, estejamos esquecendo os mais reluzentes astros, estejamos deixando no lado, àquelas mulheres que com economia limitada, com os costumes recebidos por herança, e acima de todas as coisas, com muito amor, fizeram possível que diariamente, tenhamos ao nosso alcance a arte mais efémero que pode existir, a melhor comida feita pelas nossas bisavós, avós, tias y mães.
Não há muito tempo, chegou às minhas mãos um livro daqueles que antigamente se escreviam sobre “fogões”, com medidas e expressões impossíveis de traduzir para a linguagem atual, e que se herdavam de mães a filhas. Neste livro de fogões, de forno, lareiras e também de esmerada caligrafia, reflecte-se o incalculável amor pela comida e os costumes, assim como a necessidade de perpetuar o sucesso culinário, nesta altura da minha família, e decerto extensível às casas de todos aqueles que lerem este artigo.
Para grande surpresa minha, no “Meu Libro de Fogões”, como eu chamo-lhe, mostram-se também receitas com a palavra Portugal, e que fazem referência àquelas comidas originárias do país vizinho e tão queridas pelos paladares dos meus parentes. A existência deste receituário e o meu amor a Portugal, foram as duas razões pelas quais decidi que a minha secção neste blogue, seria a aproximação ao arte de preparar e comer uma boa refeição portuguesa.
Tentarei que, Portugal, para comérselo!, seja uma secção gastronómica diferente, alguma coisa mais do que um receituário normal de comidas dos muitos que há na rede.
Quero desde a minha humilde posição, aproveitando o chamado turismo gastronómico e a minha vizinhança, aproximar-vos a esses pequenos restaurantes governados desde as suas cozinhas pelas mais antigas tradições portuguesas. Quero pôr nas mesas dos leitores, os vinhos mais delicados, equilibrados e potentes, assim como os doces mais doces da culinária vizinha. Quero conseguir que chegue a todos por meio das fórmulas dos meus antepassados, o cheiro e o sabor que há na minha casa quando a minha mãe cozinha bacalhau, ou cordeiro, ou faz esses pequenos pasteis, certamente incompatíveis com a balança.
Tentarei que este espaço seja também uma homenagem a todas as mulheres que sem ficar na "abóbada celeste” da gastronomia, têm nas suas mãos uma “estrela” e o dote natural de ter sempre grande êxito por cozinhar com amor para todos os seus.

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